Iniciou 2020, como normalmente nos referimos ao mês de março, o legítimo iniciar das atividades. Com ele os rumores de que as coisas mudariam. Incertezas, dúvidas, questionamentos, posições divergentes e todas infundadas, porque nada era possível ser afirmado de forma categórica.

Pois bem, os rumores mostraram-se reais e o que se deu de lá até dezembro todos já sabem: impactos cognitivos, emocionais, sensoriais, comportamentais, afetando diretamente nossa saúde física e mental. Nenhum de nós, seres habitantes deste planeta, saímos de 2020 da mesma forma como entramos, independente de termos ou não “positivado” para Covid-19.

E é nesse contexto que 2021 pede passagem e bate à nossa porta. Nem que seja simbolicamente, estamos diante de um recomeço e, portanto, de novas possibilidades. Que possamos aproveitar esse simbolismo e estabelecermos metas também subjetivas e afetivas junto às metas objetivas que normalmente estabelecemos. Que a força de um vírus invisível sirva de analogia à força que temos e por vezes não percebemos por sua também invisibilidade.

Assim, desejo a nós:

  • olhos e coração abertos para enxergar aquilo que não está visível, mas nos afeta; 
  • empatia transformada em compaixão, servindo de rede de apoio ao outro e de base para nosso senso de pertencimento e propósito;
  • reflexão e seletividade nas prioridades e escolhas;
  • flexibilidade e resiliência para lidar com as possíveis mudanças que fazem parte da vida.

Retrospectivamente, espero que tenha sido transforma/DOR. Se a dor não foi minha, não foi sua; que a dor do outro tenha produzido alguma mutação e despertado a essência daquilo que é relevante para cada um.

Perceber nossa falsa onipotência é assustador e ao mesmo tempo revelador, permitindo a autoria daquilo que se mostra possível e está nas nossas mãos.

É com este propósito que abrimos as portas e rebemos 2021 e cada um de nossos clientes, pacientes, parceiros e amigos!

Feliz Ano Novo!

 

Daniela Munhoz – CRP 07/07767

Psicóloga e Diretora da Núcleo